
Juntos, eles têm 4.336 lugares, uma média mensal de 36 eventos e cobram diária de R$ 13.471 de quinta-feira a domingo. Difícil imaginar a vida cultural do Recife sem os teatros da UFPE e Guararapes, que abrigam semanalmente peças, shows, cerimônias de formatura, seminários e outros eventos. Desde a última sexta-feira, o Teatro da UFPE fechou as portas e assim permanecerá por dois anos, a fim de passar por uma reforma geral. O Guararapes, que também mostra marcas de desgaste, fecha para recuperação estrutural entre 24 de janeiro e 6 de março de 2014.
Carpete rasgado, inúmeros chicletes grudados no chão e teias de aranha revelam o descaso pelo qual passa o Teatro da UFPE e que não é percebido ao apagar das luzes durante os espetáculos. Inicialmente anunciada para começar depois da Copa do Mundo 2014, a reforma foi antecipada. “Começamos a trabalhar em um projeto de reavaliação do teatro e percebemos que precisávamos fazer um adensamento do terreno. Por isso tivemos que adiantar as obras”, explica o diretor do estabelecimento, Antônio Soares.
A mudança de datas pegou muitos produtores culturais de surpresa e atrapalhou a agenda de shows e espetáculos cênicos em Pernambuco. De acordo com o gestor, entretanto, não poderia ser feito de outra forma, porque a requalificação do teatro será completa, incluindo troca de cadeiras, cortinas e carpete, reconstrução do palco e aquisição de novos equipamentos cênicos e de iluminação. Uma repaginação merecida para um teatro que já sofreu com um incêndio em 1997 e teve as portas de vidro quebradas (durante o show de Racionais MCs, no festival No Ar Coquetel Molotov) em 2011, entre outras intempéries. Com verba do Governo Federal, a reforma deve custar R$ 40 milhões.
O projeto de reforma inclui o complexo do Centro de Convenções da UFPE: dois auditórios (um de 400 e outro de 200 lugares), um cinema e salas para seminários. “Os estudos estão bem avançados, mas não concluídos. As obras devem iniciar no começo de 2014 e durar até 2016”, explica Antônio.
Por causa da antecipação, peças já previstas para estrear ficaram sem palco no Recife. Muitos eventos estavam marcados para este mês e o cancelamento súbito prejudicou produtores, público e estudantes. Levando para o local de 30 a 40 eventos por ano, o produtor Gustavo Agra lamenta a mudança de datas da reforma do Teatro da UFPE. “É inegável que o teatro precisa de uma requalificação, mas não dessa forma. Estava me programando para que começasse depois da Copa do Mundo e com quatro datas marcadas só em novembro”, conta. Com contrato fechado para trazer neste mês o espetáculoMelhor melhor show do mundo, de Eduardo Sterblitch, Agra já tinha vendido 400 ingressos para o evento e sofreu um prejuízo de R$ 20 mil.
Fonte: NE 10
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