quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Radar vai prever chuva com duas horas de antecedência em Pernambuco


No próximo inverno, os pernambucanos devem contar com informações meteorológicas mais precisas, como uma grande precipitação de chuvas, até duas horas antes do evento. A previsão assertiva será possível graças à instalação de um radar meteorológico, numa estrada vicinal do município de Chã Grande, próximo à rodovia estadual PE-71, a 81km do Recife. O equipamento cobrirá um raio de 300km, a partir do litoral, varrendo a Zona da Mata e o Agreste do estado. A ordem de serviço foi assinada, ontem, pelo governador Paulo Câmara. O investimento será de R$ 13 milhões. 

“A instalação da rede de pluviômetro já começa de imediato, seguida da implantação dos softwares e da capacitação do pessoal. No próximo inverno, estaremos calibrando os pluviômetros, porque para isso precisamos da ocorrência de chuvas. O sistema já estará funcionando mas ainda não estará com a sua máxima eficiência justamente porque precisamos das chuvas”, explica o presidente da Agência Pernambucana de Águas e Climas (Apac), Marcelo Asfora. 


Segundo ele, o radar trará informações precisas da localização das nuvens, velocidade, calibragem, direção em que as massas de ar estão se deslocando, entre outros detalhes do sistema meteorológico. Tudo com duas horas de antecedência antes do evento climático acontecer, sobretudo aqueles que podem causar desastres, como alagamentos, cheias e deslizamento de barreiras. Também será possível mostrar o local exato. “Ao invés de informarmos as regiões atingidas, vamos informar os bairros. Isso nos dá vantagem na hora de prever chuvas mais intensas, para tomar precauções imediatas”, complementa Asfora. 

Cheia de 2010 trouxe destruição para várias cidades da Zona da Mata. Não houve tempo para avisar moradores. Foto: Jorge Araújo/ DP/ DA Press

Com a instalação do radar em Chã Grande, todo o estado terá cobertura meteorológica via satélite. Atualmente, há apenas um equipamento semelhante em Petrolina, no Sertão pernambucano, mas que trabalha basicamente subsidiando a agricultura, mostrando os locais onde haverá possibilidade de chuva para haver melhor distribuição das sementes. Chã Grande foi escolhida para receber os equipamentos pela posição geográfica e altura. “O radar tem que ter horizonte livre para pegar informações do mar, que é por onde vem as chuvas. E se tiver alguma barreira, o sistema fica prejudicado”, explica Asfora.

O presidente da Apac diz que o radar vem complementar um trabalho de quatro anos, triplicando as áreas de monitoramento”, lembra Marcelo Asfora.

Fonte: Diário de Pernambuco


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